04/12/2014

Para-noia

te vejo nas paredes dos prédios
ao redor do meu
te procuro como um vira-lata revira o lixo
mas eles não tem tua insanidade
não são do tipo de pessoa que atira em mim e entra na frente pra me salvar
não são do tipo que destrói
que deixa tudo em ruínas por onde passa.
ruína da minha existência,
tua face por entre os pingos chuva,
o olhar sempre dizendo sim e os olhos dizendo não.
mais uma noite de tortura extrema
tuas palavras se repetem
eu luto com o edredom
o corpo que não se faz presente
não mais intocado
sujo por mãos que não eram minhas
o cheiro podre dos fluídos sexuais dum alguém que não fui eu.
não estava lá pra te salvar da tua mente
intoxicada pela loucura
mefistófeles que reine
impere sobre o teu ser.
meu diabo tem teus cabelos e a expressão de desprezo do teu rosto
me assombra quando menos espero
maldito seja,
meu maior demônio se chama Amor.


"Tem piedade, ó Satã, desta longa miséria." - Baudelaire

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